terça-feira, 31 de agosto de 2010

De clima desértico e previsão do tempo

Bonjour,

Já se passaram alguns dias desde a última visita. Tenho andado bastante ocupada, cuidando da escrita da minha tese de doutorado, por isso o meu silêncio. Este foi um mês atípico, mas bastante proveitoso. Acabei de voltar de Abadiânia, creio que não conheça esse lugarejo em Goiás. O tempo por lá andou tão seco esses dias, a umidade relativa do ar promovendo um clima de deserto.
Aí não tem jeito, todos de olho na meteorologia. E eu na moça do tempo. Sempre que se refere ao Norte, vejo como está o tempo por aí. Em geral, bem diferente do nosso, aqui na orla Nordeste do Brasil. Não tem jeito. Sempre observo as zonas amarelas ou muito vermelhas, sinal de sol, e verdes, para a previsão de chuvas. E penso como é que deve ser por aí numa região tão árida em termos de desenvolvimento. Vejo que chove muito também e muitas  vezes a temperatura cai também.
Como será viver no Norte? É sempre uma pergunta recorrente. Como será seu dia-a-dia com tantos compromissos, pacientes a atender, aulas por preparar? Espero que seja um lugar bem acolhedor.

Até mais,

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

De burocracia, medicina e trabalho peão

Bonjour,

Ontem lembrei-me de você. Fui a uma clínica fazer um teste ergométrico e depois um ecocardioagrama. Exames de rotina. Observei como a medicina está cada vez mais impessoal e burocrática. Pessoalmente tenho alergia a médicos, hospital, essas coisas. Ida, só preventivamente e em último caso!
Pra começar, não se é mais necessário saber em que contexto você se encontra e o que lhe traz ali. Se é um exame como esse (teste ergométrico), as perguntas têm malmente a ver com o diagnóstico relativo ao quadro: peso, altura, colesterol alto? Diabetes? Hipertensão? Ah! E antes do exame se vc está alimentada.
O procedimento prossegue com um profissional limitado a tomar sua pressão, colocar os dados numa máquina e lhe informar que a esteira vai entrar num nova frequência, que é pra vc ir se ambientando com o próximo esforço antes da exaustão. Dessa vez  - a médica bem nova que mal me deu um bom dia e sequer um até logo - me perguntou a certa altura do exame em que nível de esforço eu supunha me encontrar. - Entre zero e 10", complementou. E àquela altura eu considerava estar num nível cinco. Daí em diante a esteira puxou.
Ao final, nem uma palavra sequer sobre o procedimento, apenas adiantou que o resultado do exame estaria pronto em 10 minutos. Não fosse a minha pergunta sobre o meu estado geral, nada teria sido dito.
O procedimento foi feito numa sala de uns oito metros quadrados, seis dos quais destinados à esteira, uma maca, um computador e uma cadeira. Atrás de um biombo contíguo já se encontrava um novo paciente, na mesma sala, nos dois metros restantes, preparando-se para entrar tão logo eu descesse da esteira. Enquanto ele se aprontava, tendo a gordura corporal retirada com um chumaço de éter, eu era obrigada a inalar aquela substância à qual a maioria das pessoas se sente indisposta na presença. Quem gosta de cheiro de hospital e de lembranças de injeção????
Pois bem, não foi difícil lembrar-me de você, de quão é dura essa profissão que você escolheu. À tarde, já deitada para um novo procedimento - um ecocardiograma - o médico que realizava o exame - já com outra postura de quem sabe que muito do glamour da área médica é ilusório - confessava-me: - Vc sabe, médico  é peão mesmo"!. O comentário aludia ao fato de que - como não pôde deixar de ser - me referia a você (ah! sabe, eu tenho uma irmã médica, mas ela não mora aqui!) e de me reportar o quanto vc trabalha, além da Universidade nesses empregos públicos!
Até mais!

domingo, 8 de agosto de 2010

De Santa Tereza, ãnima e meias no Dia dos Pais

Bonjour,


Faperj
Hoje lembrei-me de você. Como poderia deixar de fazê-lo? É dia dos pais! Nosso irmão Gute enviou uma mensagem logo cedo. Mas, estranhamente, você não faz parte de minhas lembranças relacionadas a essa data. Estranho eu me dar conta disso também. Nem quando morávamos todos juntos em Alagoinhas nem mesmo em Aracaju, em nossa curta passagem (eu, de dois anos) hospedados por Gute.
Acredito que não tínhamos mesmo os mesmos times. Eu menorzinha do que você, talvez mais absorvida pelas novidades da infância e depois da adolescência, creio que nos cruzávamos pouco.
Saindo da adolescência, depois do período em Aracaju, entrei para a faculdade, aí mesmo que nos perdemos. Enquanto eu corria atrás de uma formação no curso de jornalismo da Facom, você terminava o seu curso de medicina e em seguida mudou-se para  o Rio de Janeiro. De lá, lembro apenas daquela visita - vc com um cabelo meio pigmaleão, bem à vontade - me encontrando no aeroporto, a viagem de ônibus. Aquela ali eu nunca esqueci! Como também não esqueci do quão era labiríntico aquele convento de freiras que você morava. Nossa, são tão fortes as lembranças, de tantos quartos que se perdiam em corredores que lembravam opressão. Não se podia falar alto, tinha-se horário para tudo e as freiras não podiam ser incomodadas. E ainda tinha o horário de retorno. Nunca depois das 10 horas! Mas eu lembro também do bondinho de Santa Tereza - que nós subíamos e desceíamos para ir ao centro - e ele sempre cheio! Você sabe, outro dia retornei ali com uma amiga e não pude deixar de relembrar aquela experiência. Fomos ao ensaio de um bloco carnavalesco famoso, Os Carmelitas. Ah! O amigo dela, que eu conheci, é um dos fundadores. As ruas enchem, tem-se muito problema para estacionar - por causa das ruas estreitas -, os jovens enchem a cara de álcool e outras drogas - literalmente - enaqunto o samba corre solto. É um grupo bem tradicional e a festa corre até altas horas. Também foi em Santa Tereza que nessa mesma viagem saboreei uma feijoada deliciosa. Do boteco, um point, trouxe além do sabor da iguaria nacional, lembranças dos bondes feitos de lata. Lindos, por  sinal!
Sabe o que me marca em Dia dos Pais? É que eu era sempre monocórdica no que dizia respeito a presentes. Trazia todo o ano meias de presente ao nosso pai. Sim, meias! Tem presente mais sem graça pra se dar a alguém importante? Lamento hoje que tenha por anos praticado algo tão sem sal para uma pessoa tão cheia de riqueza anímica: ouvia sua própria música, lia os próprios livros, adora telejornais, o jornal de domingo, as notícias do mundo de hoje...
Até mais!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

De infância, rebolation e repique

Bonjour,
Fim de semana que passou fui a Aracaju. Nosso sobrinho Vinicius fez 17 anos na quinta, 29, e fui comemorar com ele. Claro, lembrei-me de você. Vieram à mente as imagens de como vocês eram apegados, ele bem pequeninho, bem danadinho, um pestinha correndo pra lá e pra cá nos corredores do Edifício Jangada, no centro de Aracaju, de grandes lembranças.
Ele cresceu, como você pode perceber. Aquele meninho (lembra dessa foto aí?  Vc e Vinicius aos 4 anos!) agora é um rapazinho. Faz o segundo ano do ensino médio e já se prepara para o vestibular. Está desde pequeninho no Colégio Arc Diocesano, que você acompanhou bem. Agora estuda pela manhã, que é pra acabar com a preguiça. Mudou de turma também. O pai tá no pele dele, que está tendo de se rebolar. Por enquanto, o rebolado mais esforçado é
seguindo o vocalista Léo Santana, do Parangolé,de quem é fã incondicional. Agora adotou a mesma indumentária, incluindo o boné.
É mesmo uma figura! Bem alegre e cheio de chistes! Indagado sobre o que quer ser na vida, está indeciso, como todo adolescente, entre administração, direito ou veterinária. Agora, a motivação mesmo é música. Além de seguir Léo Santana pra todo lado, também resolveu montar uma banda. E já tem alguns integrantes: baixista, saxofonista. Ele próprio ganhou da mãe um instrumento de percussão, e na escola tá treinando na banda um instrumento chamado repique. Vamos aguardar toda essa formação.
Até mais!

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De amiga que se vai e das lembranças que ficam: meu adeus a Christel

                                             Christel em Carcassone.  Minha amiga Christel partiu! Recebi seu adeus por intermédio de outra ...