terça-feira, 25 de janeiro de 2022

De Elza Soares e Tia Theresa: Entre mulheres empoderadas e tia-avó na Faculdade de Medicina da Bahia

   

Bonsoir, 

Como vai você? 

Hoje passando aqui depois de um tempão. Espero que esteja bem. Quando vem a Salvador? 

Os últimos tempos a Covid-19 tem piorado no Brasil, com milhares de novos casos da variante Ômicron. Não está fácil o controle, com muitos casos diários sendo registrados. Você deve estar acompanhando. 

Por aqui seguimos com o Brasil e suas perdas. Tivemos no último dia 20/01 a partida de Elza Soares, essa cantora maravilhosa. Esse mito, que nos deixou aos 92 anos. Nossa, esse fenômeno de força e energia! 

Eu estava ligada de alguma forma no movimento dela nas redes sociais. No último aniversário, até comentei que tinha produzido uma arte para ela. E ela me disse: "Mande, mande mesmo!" Mas, Rio de Janeiro, fiquei tímida em concluir a proposta de envio de um dos meus trabalhos de arte sobre cofrinhos de argila. Vinha me inspirando na literatura feminista decolonial que estava lendo. E no tipo de resistência que eu queria expressar. Fiz colagens com Angela Davis e penso que talvez ela fosse gostar do tipo de expressão da qual ela era mestre. Enfim. Eis aí do que estava falando. 

De qualquer sorte, estamos aqui. No final do ano recebi da editora os exemplares relativos à coletânia "Sobre Nossas Avós", na qual eu participo com outros 110 autores e autoras. É uma publicação da Editora Pontes, de Campinhas, coordenada pela professora da Universidade Federal de Sergipe, Maria Aparecida Silva Ribeiro. Ficou incrível o conjunto das narrativas. De alto valor literário. Houve um pré-lançamento em dezembro, de forma virtual. Está previsto para fevereiro o lançamento oficial. 

Eu fiquei muito feliz em participar com uma crônica breve sobre nossa tia-avó Theresa. E, como você sabe, ela é a personagem principal do meu projeto de TCC no Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade. Estou prestes a defender neste semestre. Eu estou me esforçando para levantar dados sobre a nossa tia como parteira. E, confirmando sua passagem pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1912, sua trajetória vai incluir também esse marco. Estou em busca da atuação de nossa tia em Alagoinhas, aqui em Salvador, também em Feira de Santana e Ilhéus, onde ela passou boa parte do início da carreira.  

A crônica em "Sobre nossas avós" fala do meu desejo de reconstruir a trajetória de Tia Theresa, a quem eu encontrei registros em 1934, em um navio saído do Rio de Janeiro com destino a Salvador. Não sei se nossa tia desceu em Ilhéus ou veio direto para Salvador. Estava em companhia de nossos dois primos Geraldo e Gildásio e de nossa bisavó Benvinda. O objetivo agora é entender esse empoderamento em pleno século XX de uma parteira negra, desbravadora de mares.  

Deixo o link para o (a) leitor (a) que desejar adquirir o livro. Só clicar aqui -> "Sobre nossas avós"

PS: imagem Elza by wikimedia.org

À tout à l'heur 

M.





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