Aeroporto de Brasília
Estamos aqui em Salvador no horário de verão. Dias desses retornando de Abadiânia por Brasília, lembrei-me de você. No aeroporto, na sala de embarque contígua à minha, uma placa de vôo chamou minha atenção. A placa informava que o vôo para Rio Branco tinha sido encerrado. Muita gente permanecia ali sentada, naturalmente à espera de outro vôo, no processo contínuo de embarques numa manhã de domingo. A cena me causou melancolia. Pensei: - E se coincidisse você estar naquela sala de embarque? Seria um encontro inusitado mesmo. Mas de qualquer sorte, será que você me reconheceria? E eu a você? Sinceramente não sei.
Os anos se passaram e na nossa mente ficam sempre lembranças mais emocionais do que físicas mesmos. E eu mudei muito, talvez você não me reconhecesse mesmo. Daqueles tempo de Rio de Janeiro acho que são as últimas lembranças. Talvez as mais firmes. Depois desses anos de doutorado em educação, o stress é tanto, que eu mesma nem me reconheço às vezes.
Lembra como na infância éramos parecidas? Nossa mãe vestia a nós duas como se gêmeas fôssemos. Os vestidinhos iguais, alías, que você detestava! Hoje eu entendo e concordo. Que negócio era aquele de confundir nossas identidades? Você com a sua, marcante. Eu com a minha, bem diferente! Ainda bem que você se rebelou e protestou até um dia que esse velho costume se foi.
Bem, voltando ao embarque, quem sabe você um dia pega um vôo pra Salvador, vindo aqui, pode manter contato. O canal estará sempre aberto!