segunda-feira, 29 de novembro de 2010

De notícias sobre o Rio de Janeiro e ausência de políticas públicas

Bonjour,
Salvador amanheceu com tempo nublado. Estamos assim com o tempo instável já faz uns dias. Hoje está mais fechado, como o tempo no Rio de Janeiro. Fico pensando sempre em vc, que teve uma relação direta com a cidade, como deve estar se sentindo com  toda aquela violência e a guerra declarada entre polícia e o tráfico de drogas. Sofri esses dias aqui, assisitindo a notícias sobre os eventos e lamentando muito que tenhamos chegado a este ponto. Uma completa ausência de um plano de segurança pública. Quem sabe agora todas essas forças eventualmente unidas num plano local, também possam articular algo mais sério e permanente além de UPPs. De nada adianta policiamente sem suprir carências de políticas públicas da população, inclusive educação e preparação ao emprego.
A prima Eliane, sabe, me ligou esses dias comentando o cenário, nervosíssima com  o clima de insegurança em Nilópolis, onde mora, e por toda a baixada fluminense. A prima Adriana naquele dia havia sido liberada mais cedo do trabalho, uma prática adotada para tentar proteger as pessoas de virarem churrasquinho em ônibus incendiados ou mesmo ser alvo de uma bala perdida. Uma amiga minha, baiana, que mora no Rio e ensina na UERJ, resolveu adiar o retorno de Salvador, onde se encontrava para um evento, em função de todos esses conflitos.
Então um evento que  parece situado tão particularmente no Rio de Janeiro afeta todo mundo. Uma guerra cujas notícias  chegam online a todo mundo e enfraquece a imagem e soberania nacionais. Pensamos como sofrem os cariocas e simbolizam assim um sentimento nacional de despreparo contínuo dos governos para enfrentar, não uma guerra do tráfico, mas a necessidade de investimentos em políticas públicas que tornem um Brasil tão desigual em um  país mais igualitário. Damos viva ao governo Lula que tem uma visão mais lúcida sobre a questão, mais ainda falta muito para tirar a população das mãos não só da pobreza e do tráfico, mas também de todas as condições inseguras como a falta de acesso à saúde, educação, como você bem acompanha de perto.
Até mais!

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