segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O Poder dos Quietos


                                                                           Susan Cain Foto: @autorais  
O Poder dos Quietos já vendeu mais de 3 milhões de exemplares


Bonsoir, 

Hoje resolvi retomar as postagens desse nosso blog por considerá-lo relevante para nossos leitores. Decidi recomeçar nossa jornada em pleno 7 de Setembro, Dia a Independência do Brasil. Uma data bem sugestiva. Espero que você esteja bem e que tenha recebido meu e-mail tratando das orientações quanto ao inventário. Você sabe da importância dele para a retomada da vida e dos planos, no meu caso paralisados desde 2015, quando uma decisão judicial injusta alterou meus planos quanto à moradia. 
Hoje estou aqui na pandemia. Acabei de finalizar um curso no Knight Center do Texas, que muito me orgulha: Mujer, Poder y Meios, promovido pela organização Chicas Poderosas.
Em outro post, contarei do que tratou esse curso e do legado que nos deixou, especialmente do Tarot Chicas Poderosas, que vou disponibilizar, se possível. 
Aqui hoje vou repostar a resenha do livro de Susan Cain,"O Poder dos Quietos", por considerá-lo fundamental para muitas mulheres que até o momento se veem retraídas em seu desenvolvimento. O livro nos ajuda - e muito - a compreendermos a nós mesmxs e muitas vezes a crianças e adolescentes tidas como silenciosas, tímidas ou retraídas. Ou com algum tipo de expressão que as diferencia de outras crianças e adultos mais falantes e tidos como extrovertidos. 
Não me acho exatamente introvertida. Mas, creio que exatamente agora descobri o que se passa comigo, a partir desse curso.A sensação é de ter alcançado a cura, como se um fantasma tivesse saído de sua vida. Vou me reportar nos próximos posts a essa questão também que Chicas Poderosas nos revelou, que é a questão de um certo bullying ou autobullying que nossos seres praticam contra nós mesmxs, que é o fenômeno da "Síndrome do Impostor" sobre a qual aprendi hoje e que vou me reportar nos posts seguintes. Eu não sei se você como médica já ouviu falar desse fenômeno? E é bem interessante depois incluir nas suas aulas na cadeira de Psiquiatria. Eu espero que você esteja bem. E que possa nos dá notícias quando possível. Essa resenha foi originalmente criada e publicada em 2016. Mas, pela sua importância, vou repostá-la. 

O Poder dos Quietos 

Comprado de uma forma tão despretensiosa numa livraria do aeroporto de Salvador, o livro de Susan Cain, O poder dos Quietos (Agir, 2012) me surpreendeu. A capa como se vê é realmente atraente, mas foi mesmo o subtítulo ‘Como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que não para de falar’ que motivou a compra. Aliado ao preço, em torno de R$20,00, que considerei baixo para a boa qualidade da edição. 
O Poder dos Quietos faz justiça ao fato de ter vendido mais de um milhão de exemplares, conforme alardeia a capa. Dentre os seus méritos, está o fato de ter figurado em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do jornal New York Times. O livro já foi traduzido para 35 países e vou te indicar, porque vale a leitura. Em primeiro lugar me identifiquei logo de cara com o título porque me considero uma pessoa quieta, reservada em muitos momentos e introvertida, traços que convivem com uma personalidade também extrovertida em outros tantos momentos. 
O Poder dos Quietos é um livro irriquietamente extraordinário em seu propósito de questionar o lugar comum em que a sociedade contemporânea manifestamente extrovertida coloca as pessoas introvertidas, tidas como reflexivas. Susan Cain baseia suas análises e argumentos sobre O Poder dos Quietos em uma aprofundada pesquisa que levou cinco anos para ser concluída. 
Os resultados do trabalho oferecem convincentes argumentos sobre as qualidades dos introvertidos, em geral considerados fracos e insossos, frente ao Ideal de Extroversão que coloca os extrovertidos como pessoas mais espertas, mais interessantes e mais desejáveis de se estar junto. Susan Cain propõe-se em seu livro desmistificar o preconceito sobre os introvertidos, considerados em geral tímidos e reservados; burros e chatos. Chama a atenção para o mito da extroversão que o mundo corporativo e a sociedade insiste em criar. 
Da análise feita com presidentes de 128 grandes companhias, pela Universidade de Bridgham Young (EUA), os maiores salários estavam sempre com os considerados mais carismáticos. Entretanto, sua performance na gestão, ah, essa deixava mesmo a desejar. É um aspecto bem interessante o que dizem suas pesquisas: Desde constatar que pessoas encarregadas de organizar happy hours, festas, bebedeiras estarem no topo da hierarquia social, ao fato de pensar que ser um extrovertido é sinônimo de pessoa bem-sucedida, mas também de ter feito de você uma pessoa melhor. 
Fatores como esses constatados por pesquisas como a também realizada pela Standford Business School que viu na fluência verbal e na sociabilidade, itens para o sucesso profissional; pessoas falantes nas mais diferentes são vistas como líderes e em sala de aula, estudantes que falam primeiro e com maior frequência, quase sempre recebem as maiores notas. Mas, o que Susan descobriu é que as pesquisas que faziam correlações entre extroversão e liderança, não contavam a história toda. 
O Poder dos Quietos busca desfazer o mito e o preconceito contra os introvertidos, sendo muito útil a pais, mães, gestores e lideranças e a qualquer um que deseje compreender como enfatizar seu poder pessoal. Os introvertidos, embora não pareça à primeira vista, têm o poder da liderança: Extrovertidos têm o poder de melhorar a performance do grupo quando os funcionários são passivos; enquanto líderes introvertidos obtêm melhores resultados quando o grupo é proativo. Em sua performance, destacam-se pela capacidade de ouvir mais (seus funcionários extrovertidos) e implementar sugestões, motivando-os a serem ainda mais proativos. Estilos de liderança silenciosos e modestos podem ser tão ou mais eficazes do que lideranças barulhentas. 
Os introvertidos, por sua vez, também teriam capacidade de ser criativos e inovadores, catalisando para si os benefícios do isolamento e da introspecção. Em O Poder dos Quietos Susan Cain ressalta o fato de que melhores resultados para os extrovertidos está em domínios públicos, enquanto para os extrovertidos tendem a alcançar liderança em campos teóricos e estéticos. Realça os resultados do trabalho colaborativo realizado em equipes e seu potencial com o surgimento das redes digitais, mas que a chamada “Prática Deliberada” exercida quando estamos sozinhos dedicando horas diante de um desafio, traz resultados melhores. 
Assim como os melhores funcionários que obtiveram melhores resultados foram naquelas empresas que davam mais privacidade, espaço pessoal, controle de seus ambientes físicos e não eram frequentemente interrompidos em suas tarefas; bem ao contrário do que se instituiu como imagem dos escritórios abertos. Essa perspectiva válida para os momentos em que criatividade e eficiência são a principal prioridade; a única exceção, é o brainstorm, que tende a oferecer a ilusão de que trabalhos em grupo produzem melhores resultados. 
Nesse caso, a “cola social” é combustível importante para que as pessoas sintam-se ligadas. E colaboram em geral, não para a criatividade, mas para a conformação do grupo, quando crenças pessoais são abandonadas em favor do grupo, dizem as pesquisas. O melhor mesmo, segundo Susan Cain, é que ao formar equipes, empresas procurem equilibrar o número de extrovertidos com os introvertidos.

À tout à l'heur! 

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