Hoje resolvi retomar as postagens desse nosso blog por considerá-lo
relevante para nossos leitores. Decidi recomeçar nossa jornada em pleno 7 de
Setembro, Dia a Independência do Brasil. Uma data bem sugestiva. Espero que você
esteja bem e que tenha recebido meu e-mail tratando das orientações quanto ao
inventário. Você sabe da importância dele para a retomada da vida e dos planos,
no meu caso paralisados desde 2015, quando uma decisão judicial injusta alterou
meus planos quanto à moradia.
Hoje estou aqui na pandemia. Acabei de finalizar
um curso no Knight Center do Texas, que muito me orgulha: Mujer, Poder y Meios,
promovido pela organização Chicas Poderosas.
Em outro post, contarei do que
tratou esse curso e do legado que nos deixou, especialmente do Tarot Chicas
Poderosas, que vou disponibilizar, se possível.
Aqui hoje vou repostar a resenha
do livro de Susan Cain,"O Poder dos Quietos", por considerá-lo fundamental para
muitas mulheres que até o momento se veem retraídas em seu desenvolvimento. O
livro nos ajuda - e muito - a compreendermos a nós mesmxs e muitas vezes a
crianças e adolescentes tidas como silenciosas, tímidas ou retraídas. Ou com
algum tipo de expressão que as diferencia de outras crianças e adultos mais
falantes e tidos como extrovertidos.
Não me acho exatamente introvertida. Mas,
creio que exatamente agora descobri o que se passa comigo, a partir desse
curso.A sensação é de ter alcançado a cura, como se um fantasma tivesse saído de
sua vida. Vou me reportar nos próximos posts a essa questão também que Chicas
Poderosas nos revelou, que é a questão de um certo bullying ou autobullying que
nossos seres praticam contra nós mesmxs, que é o fenômeno da "Síndrome do
Impostor" sobre a qual aprendi hoje e que vou me reportar nos posts seguintes.
Eu não sei se você como médica já ouviu falar desse fenômeno? E é bem
interessante depois incluir nas suas aulas na cadeira de Psiquiatria. Eu espero
que você esteja bem. E que possa nos dá notícias quando possível. Essa resenha
foi originalmente criada e publicada em 2016. Mas, pela sua importância, vou
repostá-la.
O Poder dos Quietos
Comprado de uma forma tão despretensiosa numa
livraria do aeroporto de Salvador, o livro de Susan Cain, O poder dos Quietos
(Agir, 2012) me surpreendeu. A capa como se vê é realmente atraente, mas foi
mesmo o subtítulo ‘Como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que não
para de falar’ que motivou a compra. Aliado ao preço, em torno de R$20,00, que
considerei baixo para a boa qualidade da edição.
O Poder dos Quietos faz justiça
ao fato de ter vendido mais de um milhão de exemplares, conforme alardeia a
capa. Dentre os seus méritos, está o fato de ter figurado em primeiro lugar na
lista dos mais vendidos do jornal New York Times. O livro já foi traduzido para
35 países e vou te indicar, porque vale a leitura. Em primeiro lugar me
identifiquei logo de cara com o título porque me considero uma pessoa quieta,
reservada em muitos momentos e introvertida, traços que convivem com uma
personalidade também extrovertida em outros tantos momentos.
O Poder dos Quietos
é um livro irriquietamente extraordinário em seu propósito de questionar o lugar
comum em que a sociedade contemporânea manifestamente extrovertida coloca as
pessoas introvertidas, tidas como reflexivas. Susan Cain baseia suas análises e
argumentos sobre O Poder dos Quietos em uma aprofundada pesquisa que levou cinco
anos para ser concluída.
Os resultados do trabalho oferecem convincentes
argumentos sobre as qualidades dos introvertidos, em geral considerados fracos e
insossos, frente ao Ideal de Extroversão que coloca os extrovertidos como
pessoas mais espertas, mais interessantes e mais desejáveis de se estar junto.
Susan Cain propõe-se em seu livro desmistificar o preconceito sobre os
introvertidos, considerados em geral tímidos e reservados; burros e chatos.
Chama a atenção para o mito da extroversão que o mundo corporativo e a sociedade
insiste em criar.
Da análise feita com presidentes de 128 grandes companhias,
pela Universidade de Bridgham Young (EUA), os maiores salários estavam sempre
com os considerados mais carismáticos. Entretanto, sua performance na gestão,
ah, essa deixava mesmo a desejar. É um aspecto bem interessante o que dizem suas
pesquisas: Desde constatar que pessoas encarregadas de organizar happy hours,
festas, bebedeiras estarem no topo da hierarquia social, ao fato de pensar que
ser um extrovertido é sinônimo de pessoa bem-sucedida, mas também de ter feito
de você uma pessoa melhor.
Fatores como esses constatados por pesquisas como a
também realizada pela Standford Business School que viu na fluência verbal e na
sociabilidade, itens para o sucesso profissional; pessoas falantes nas mais
diferentes são vistas como líderes e em sala de aula, estudantes que falam
primeiro e com maior frequência, quase sempre recebem as maiores notas. Mas, o
que Susan descobriu é que as pesquisas que faziam correlações entre extroversão
e liderança, não contavam a história toda.
O Poder dos Quietos busca desfazer o
mito e o preconceito contra os introvertidos, sendo muito útil a pais, mães,
gestores e lideranças e a qualquer um que deseje compreender como enfatizar seu
poder pessoal. Os introvertidos, embora não pareça à primeira vista, têm o poder
da liderança: Extrovertidos têm o poder de melhorar a performance do grupo
quando os funcionários são passivos; enquanto líderes introvertidos obtêm
melhores resultados quando o grupo é proativo. Em sua performance, destacam-se
pela capacidade de ouvir mais (seus funcionários extrovertidos) e implementar
sugestões, motivando-os a serem ainda mais proativos. Estilos de liderança
silenciosos e modestos podem ser tão ou mais eficazes do que lideranças
barulhentas.
Os introvertidos, por sua vez, também teriam capacidade de ser
criativos e inovadores, catalisando para si os benefícios do isolamento e da
introspecção. Em O Poder dos Quietos Susan Cain ressalta o fato de que melhores
resultados para os extrovertidos está em domínios públicos, enquanto para os
extrovertidos tendem a alcançar liderança em campos teóricos e estéticos. Realça
os resultados do trabalho colaborativo realizado em equipes e seu potencial com
o surgimento das redes digitais, mas que a chamada “Prática Deliberada” exercida
quando estamos sozinhos dedicando horas diante de um desafio, traz resultados
melhores.
Assim como os melhores funcionários que obtiveram melhores resultados
foram naquelas empresas que davam mais privacidade, espaço pessoal, controle de
seus ambientes físicos e não eram frequentemente interrompidos em suas tarefas;
bem ao contrário do que se instituiu como imagem dos escritórios abertos. Essa
perspectiva válida para os momentos em que criatividade e eficiência são a
principal prioridade; a única exceção, é o brainstorm, que tende a oferecer a
ilusão de que trabalhos em grupo produzem melhores resultados.
Nesse caso, a
“cola social” é combustível importante para que as pessoas sintam-se ligadas. E
colaboram em geral, não para a criatividade, mas para a conformação do grupo,
quando crenças pessoais são abandonadas em favor do grupo, dizem as pesquisas. O
melhor mesmo, segundo Susan Cain, é que ao formar equipes, empresas procurem
equilibrar o número de extrovertidos com os introvertidos.
À tout à l'heur!
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