segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

De semana puxada, filosofia contemporânea e pesquisa acadêmica: o que a vida nos ensina.

 Bonjour,



Hoje eu acordei em revisão. Essa semana tem sido puxada, com  finalização de atividades da graduação. Sabe quando às vezes você se esforça muito e parece que está dando tudo errado? Tem coisas que eu não compreendo. A vida às vezes se parece com aquelas sessões da tarde em que a mocinha ou o mocinho está metido em atividades que parecem não funcionar. E o que você mais precisa no momento é daquele outro que consiga lhe entender e, se calhar - como dizem os portugueses - se apaixonar. Hoje eu acordei carente. Compreendendo que nem sempre a gente dá conta de tudo como gostaria. 

Esse último ano foi muito puxado, mas de muito aprendizado. Descobri Hannah Arendt e autores que não havia me detido anteriormente. Minha cadeia filosófica só tinha cruzado transversalmente autores como Foucault - fundamentais - e tenho em casa alguns de seus clássicos, como Vigiar e Punir, de leitura infinitamente clara. (Há muitos anos escrevi uma resenha para A Tarde em seu até então tradicional Caderno 2 - sobre a História da Loucura, um volume longo, escrita solicitada pela colega Tatiana Lima). Enfim...

Durante o curso ofertado pela professora Mariangela Nascimento/UFBA fomos apresentados a autores realmente novos para nós, como Byang Chul-Han, este um professor e ensaístas sul-coreano e professor da Universidade de Berlim. Escreveu, dentre outros "Sociedade do cansaço" - o único que li até agora -, "Sociedade da Transparência",  "Psicopolítica", livros que se tornaram populares pela tradução de questões importantes na contemporaneidade. Eu recomendo que você adquira, se puder, porque são bem em conta, na casa dos R$14,00. São no formato livro de bolso. Pra quem quiser adquirir, vou deixar um link  abaixo (comercial mesmo - e também me ajuda - agora vocês já sabem que podem ajudar essa blogueira aqui). 

Trabalhamos também na disciplina  uma série de pensadores contemporâneos os principios da política e da biopolitica. Em uma disciplina online, com a presença de ótimos professores convidados da Bahia e de muitas partes do Brasil. Foucault, Mbembe, Agamben,  Byang Chul-Han e Hanna Arendt foram os pensadores que estiveram presentes nessa cartela de ideias, prontos ao debate. Em termos de Arendt, interesso-me especificamente por sua obra, as suas questões preponderantes sobre a Condição Humana, as Origens do Totalitarismo, a sua filosofia política, expressando-a como uma mulher para além de seu tempo. 

Como muitos de meus leitores já sabem, escrevi em 2001 uma dissertação defendida em fevereiro de 2002 sobre a questão do público e o privado, dissertação esta que devo publicar em 2021. O mesmo projeto válido para a tese de doutorado que está no prelo pela Segrase/Sergipe, esta tratando das transformações tecnológicas e reflexões sobre a educação, as redes, as cidades e a comunicação ubíquia, no que denominei de um fenômeno que abrange escolas-cidades-redes - redes-cidades-escolas.  

Bem, com relação à dissertação, foi das primeiras dissertações sobre blogs no Brasil, na qual tratei da escrita de mulheres - o diarismo - em perspectiva histórica e fenomenológica. Abordei o surgimento dos diários pessoais que só no século  XIX, de uma maneira global, são compreendidos como um fenômeno da intimidade, no cenário europeu. No século IX, na Ásia, os diários de Sei Shonagan (c.966-1017) - escritora japonesa, denominados de Livro de travesseiro, já ocupavam esse papel de escritos íntimos. Mas, na oportunidade, os homens eram no mundo os maiores escritores de diários, conforme retrato em minha pesquisa.

Eu creio que essas são parte das  transformações que a vida me oferece hoje. De contar com novos autores para pensar a política e a biopolítica contemporâneas. Das mentes  e dos corpos. E, agora  como estudante do Bacharelado em Gênero e Diversidade, cruzando tudo isso com os feminismos e a interseccionalidade. À espera de construir um bom caldo discursivo. Em relação à semana, muitas vezes você precisa ser seu próprio mocinho. Pegando mais leve consigo mesmo. 

À tout '`l'heur! 

M. 

Link para os livros de: 

Byang Chul Han  

 Hannah Arendt 

Giorgio Agamben 

Achille Mbembe



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