quarta-feira, 7 de setembro de 2011

De Sheakspeare, literatura e paisagens em Verona




Bonsoir,

Ainda não fez um mês, mas parece ser uma eternidade desde o dia da defesa. Fiz um monte de coisa desde então. As mais importantes são ter iniciado as aulas de redação como voluntária de um cursinho pré-vestibular promovido pela Petrobras e ter retornado ao tênis de quadra. Decidi que, para começar, esses seriam ações para preencher um espaço ocioso que viria.
Essa semana foi meio confusa porque Cézar adoeceu e se estabeleceu na casa de mãe. Chegou bastante frágil, exigindo cuidados de todos nós. Beto, Tal, Manuela e Cezinha deixaram os afazeres para acompanhá-lo em Aracaju, tal era a fragilidade. Os acometimentos mentais acrescidos de problemas familiares entre ele e a esposa. Na quinta-feira teve uma crise de pânico, tendo que passar a tarde medicado e na base do soro. Agora está melhor, se restabelecendo na casa de mãe.
E você, espero que tudo esteja correndo bem por aí. Por aqui o clima é ameno, com dias mais frios e com bastante vento, neste final de outono. No Centro-Oeste, para onde vou no final do mês, a temperatura é alta e a umidade baixíssima, em torno de 10 mm. Imagino o calorão e o frio que faz de madrugada! Parece que por aí as coisas são mais quentes e úmidas...
Essa semana comecei a ler Shakespeare, "Romeu e Julieta". Uma dívida que tinha, agora sendo paga. Coincidentemente, também assisti a um filme chamado "Cartas a Julieta", passado em Verona, Itália, berço da tragédia shakespeariana. Uma bela coincidência. O título do filme me reportou a você, por causa dos nossos escritos neste blog. O filme é recomendável, um romance água com açúcar muito legalzinho por causa da estória e também do cenário passado em Verona. Tem a presença marcante de Vanessa Redgrave, beeeeeeeeem madura, mas linda. Não tive como deixar de pensar em você. Me encantei pelo filme e comprei não apenas o filme, mas também o livro que o originou. Acredito que têm a ver com minha proposta de virar escritora a partir de agora.
Itália é meu próximo destino. O interior do país, maravilhoso. Irei examinar a hipótese de fazer o roteiro passando por Verona, de paisagem deslumbrante. Já pensou fazermos esse roteiro juntas? Aproveitamos e vemos amigos que tenho na Europa. Pense nisso.

A tout à l'heur.

domingo, 14 de agosto de 2011

De defesa de tese e comemorações



Bonjour,
 
Sexta-feira foi minha defesa de doutorado. Feliz, muito feliz. Fiz uma defesa tranquila e, não defendi, palestrei. Orientações de amigos treinados na cena.
Foi muito legal o processo. Vieram amigos da Petrobras, da faculdade, amigos antigos, poucos, mas representativos. É que praticamente não chamei ninguém para a defesa. Preferi que fossem comemorar à noite na festinha que preparei. Foi ótimo! Estava tranquila, dei meu recado, a tese recebeu mil elogios e eu fiquei feliz, muito feliz. Faltou você, claro! A defesa iniciou às 14h30min e terminou às 19h30min. Bem longa.
A comemoração foi num espaço chamado Beneficência Suíça, na Federação. Muito agradável. Minha amiga querida Jaqueline cuidou de tudo enquanto eu estava na defesa. Decoramos com bolas verdes e vermelhas, lembrando o Natal! Coloquei também meu alce cheio de luzinhas pisca-pisca de Natal e também tinha estrelas natalinas na entrada da sala principal. Zé e Marineusa estiveram lá. Jorge não pôde vir. Está em preparativos familiares porque Nilda e Fernanda vão à Espanha na segunda. Outros amigos queridos também não compareceram por motivos diversos. Na hora da festa choveu muito, mas como diz Carina, uma colega da Petrobras, é sinônimo de fertilidade. E com isso eu já contava.
Fiz uns bisquis temáticos dos três reis magos de lembrança. Ficaram um troço. Mande o endereço que envio um de lembrança para você! A festa tava muito agradável. A nota fraca foi o DJ que nos deu um grande bolo. Mas o afeto todo dos meus convidados estava lá. Fiquei feliz com a presença daquelas pessoas muito queridas, de Rutinha, amiga da Comunicação Institucional da Petrobras, uma amizade de longas datas; do meu pessoal da Engenharia, das pessoas da Faced; dos amigos próximos, de  casa.
Senti sua falta partilhando tudo isso comigo. Deixo o link das fotos que postei no facebook.
 
A tout à l'heur.
 

domingo, 7 de agosto de 2011

De link para matéria sobre diarismo a película argentina

Bonsoir,

Saiu hoje a matéria sobre diarismo no Diário do Nordeste. Confira o link do Caderno 3 - Querido Diário. Foi legal, dá uma boa dimensão do trabalho. Fora isso, tentando conciliar a defesa do dia 12 com todos os outros afazeres, incluindo o trabalho diário. Tenho tido dias bem cheios, mas levando...
Nenhuma grande novidade, a não ser que inicio nos próximos dias o trabalho voluntário com o cursinho vestibular para alunos carentes na Universidade Petrobras. Fui ontem numa reunião entre professores e coordenação e a expectativa é bem legal, tanto para mim quanto para todos do grupo de que as coisas funcionem bem.
Falei com mãe esses dias e, queixosa, sugeriu que os filhos façam um rodízio, um por mês, para visitá-la. Deve estar se sentindo um pouco mais só, especialemente porque a cuidadora pediu as contas...
Aqui os dias têm sido misto de sol e alguma chuva. O sábado amanheceu chuvoso, mas o domingo já nos recebeu com sol. Dei um passeio no shopping ontem, como há muito não fazia. Fui com uma amiga. Almoçamos e depois fomos ao cinema ver O homem ao lado, um filme argentino de grande qualidade. Não sei se teve a oportunidade de ver. É um drama sobre relações de vizinhança contemporânea, intolerância e violência psicológica. Muito interessante a narrativa. Confira aí se tiver oportunidade.
Vamnos nos falando, então...

A tout à l'heur.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

De entrevista para o Diário do Nordeste e preparativos para defesa de tese

Bonsoir,

Corre-corre esta semana tentando ajustar os times. Como diria minha amiga Dina: "Uma loucura"!. Acordei de madrugada hoje  pra concluir uma entrevista em forma de pingue-pongue solicitada pelo jornal Diário do Nordeste, em Fortaleza. Sai neste domingo. É sobre minhas pesquisas sobre diarismo. Depois te mando o link. Acho que vai ficar legal!
Amanhã de manhã tenho uma reunião com o pessoal da Universidade Petrobras. Por esses dias começo a dar um curso como voluntária para estudantes  de pré-vestibular carentes. Me candidatei para a função de professora de redação e não vejo a hora de iniciar o processo. Tenho vontade de acompanhar toda a transformação envolvida na formação dos graduandos do futuro. A metodologia, penso, será diferenciada para envolvê-los no processo de ensino-aprendizagem.  Quando perceberem, já terão condições de entender que escrever é difícil, mas com envolvimento, tudo acontece.
E você, tudo bem por aí? Por aqui temos enfrentando bastante frio durante a madrugada, mas nada comparável às temperaturas que vocês têm por aí. Eu imagino.
Por aqui em contagem regressiva para a defesa da próxima sexta-feira. Seria bom que você estivesse por aqui...

A tout à l'heur.

sábado, 23 de julho de 2011

De convite para defesa de doutorado e facebook

Bonsoir,

Esses últimos dias têm sido de conclusão final do meu texto de tese. A data de defesa é o  dia  12/08 e eu gostaria muito que você estivesse aqui. Tenho planos de fazer uma comemoraçãozinha, a título de extravasar o estresse acumulado nos últimos quatro anos. Fiz uma dedicatória pra você, a irmã mais ausente/presente entre todas as irmãs do planeta. Você vindo, te apresento meus amigos e todas as pessoas que torceram por mim nessa empreitada.
A festa deve ter música, vinho e comida boa. Avião direto até aqui não tem, não é? Mas, tem pra São Paulo, Rio de Janeiro... venha, se quiser. Tá convidada...
Essa semana foi engraçado porque todas as pessoas em quem pensei e meditei, entraram em contato comigo. Amigas dos Estados Unidos, da Alemanha muito queridas. Tenho outra querida na Holanda também. Tô combinando de dar um pulo lá. Quando você tiver um período de férias, podíamos combinar de dar um rolé. São Paulo é tudo de bom também. Uma amiga está agora em Nova Iorque, ô lugar interessante, super cultural...
Quando puder também pode postar alguma foto em e-mail. Se você tiver facebook, manda o link pra sermos amigas. No mais aqui sem novidades. Bem frio durante as madrugadas, num inverno que parece não ter chegado porque este ano choveu pouco.

A tout à l´heur

sábado, 16 de julho de 2011

De apê novo e preparativos para defesa de tese

Bonsoir,

                                              João (Esq.)  e colega
Hoje eu falei com minha mãe. Comentou-me sobre você. Te falei que ela está a fim de comprar um apartamento novo. Quer destinar um quarto melhor e maior para você, embora você já saiba, já dispõe de um cantinho no atual apê dela. Acha que você lhe fará uma surpresa, visitando-a. Nós todos torcemos por isso.
Esses dias pedi a Jorge para providenciar novos exames em minha mãe. É que da última vez em que estive lá, senti ela fraquinha e abatida. Fico com medo de que ela desenvolva diabetes ou alguma outra doença que costuma ocorrer na terceira idade. Ela está ótima de cabeça e consegue desenvolver altos papos conosco, parecendo muito melhor do que há 10 anos, por exemplo. A doença, nesse sentido, parece ter lhe dado um choque de realidade. Esses dias liguei e ela me contou dos exames que fez e dos médicos que terá de retornar pra levar os resultados. Torcer para que aquele problema, que foi grave, não retorne.

De minha parte estou nos alinhavos finais do texto da defesa de doutorado. Estamos marcando a data para o dia 12/08, uma sexta. Seria uma honra tê-la aqui pra essa comemoração de final de um exaustivo trabalho. Sei que você é mestra, tá na academia e, com certeza, por conta de sua área de trabalho, iria gostar de conhecer um pouco meu trabalho. Discuto a ampliação dos espaços de aprendizagens entre cidades e redes digitais. É o que chamo de território e desterritório, uma visão nova para os avanços nos novos territórios educativos. Se vier, me dê um toque!! Pode ficar na minha casa!

E você, como estão as coisas por aí...Espero que bem. Não tenho grandes notícias. Virgínia me falou dia desses que deverá ir pra Alemanha por uns três meses. Acredito que é agora ainda em julho. Não tenho notícias dos meninos, Manu...João, você sabe, tá um homenzinho e já entrou na faculdade. Faz Engenharia Elétrica, se não me engano. Veja a fotinha dele aí...Não é a minha cara?

A tout à l'heur!

terça-feira, 5 de julho de 2011

De aniversário, galinha a molho pardo e cantinhos

Bonjour,

Depois de alguns meses, retorno a esse espaço. Quis deixá-la livre, sem grandes pressões cósmicas. Hoje retorno porque, afinal, é seu aniverário. Desejo um dia feliz, amoroso, cheio da graça que você merece! Gostaria de estar aí perto de você ou mesmo você aqui. Faríamos um bom programa de aniversário, comeríamos talvez uma galinha a molho pardo no Paraíso Tropical e beberíamos os sucos maravilhosos que eles preparam. Tenho certeza que você amaria um programa com um paladar mais caseiro,que certamente lhe lembraria nossa infância juntas em Alagodé.
Das coisas que nunca esqueço de você nessa infância é o seu modo de abordar o prato: primeiro os alimentos mais sem graça, deixando para o final a essência do que você mais gostava do alimento posto. Eu era exatamente o oposto. Barrigudinha, gulosinha, o pecado da gula falava mais alto do que a paciência e a postergação. Comer logo o que tinha de melhor era mesmo não dar tempo à mente para se considerar saciada e se perder o apetite correndo-se o risco de não ter o prazer  desejado. Hoje continuo assim. As saladas, obrigatórias, por último; os sabores do prato principal, primeiro.
Ontem, de olho na "moça do tempo", na Globo, percebi que hoje faz hoje mínima de 12 graus por aí. E imaginei que um estado no extremo ocidente do país é tão frio quanto o do extremo leste. Como a natureza é interessante. Imaginei que hoje você acordaria, talvez, mais agasalhada, preparando-se para suas atividades na faculdade de medicina ou mesmo em suas clínicas diárias. Espero que você passe um dia feliz, cheia da graça de Deus. Que receba o carinho físico das pessoas ao seu redor. O carinho e o amor virtual você já tem. Quando quiser aparecer, tem uma casa em Salvador. Mãe, como sempre, comenta que você tem o seu quarto lá no cantinho dela, que você pode imaginar, porque fica no mesmo condomínio de Sueli. Chegou a conhecer? Estive por lá esses dias. Está melhor de cabeça, mais firme e posicionada como sujeito. E com novos planos. Dessa vez quer mudar de apartamento, sem querer dar despesas pros filhos com aluguel. Mas, não há dia em que seu nome não esteja presente. Se quiser aproveitar as delícias de uma cidade maravilhosa, que cresce a olhos vistos, também tem seu cantinho por lá. Acho que você tem cantinho em várias partes. Ah! A nossa Satila casou no fim do ano passado.

A tout à l'heur!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

De solidão e final

Bonsoir,
Falei ontem com nossa mãe. Passou-me uma pessoa forte, com uma evidente energia vital. Adquiriu uma vitalidade interessante desde a crise em que foi parar no hospital. Parece que a consciência retornou com força. Entretanto, queixou-se mais uma vez de solidão e da ausência dos filhos. E pela primeira vez externou a preocupação  que lhe tem tomado desde a experiência do internamento: o dilema que muitos de nós passará, que é o questionar se está perto do final.
A abordagem dela foi de uma aceitação da morte como algo certo e como se tivesse sido treinada e, agora, preparada para essa passagem. Falou-me textualmente: "Estou aqui caminhando, preparando-me para o final". Foi bem difícil ouvir isso. Tentei mostrar-lhe que não é porque se é idoso que a vida se ceifa. Jovens, adultos, crianças também estão expostos à mesma condição, à mesma pulsão. Tentei fazê-la vê que enquanto há vida, a gente tem que buscar se reformar e encontrar a alegria nas coisas do dia-a-dia, mas nunca renunciar. Como saber o que Deus nos destina? Como saber se já é a hora? Para alguém como ela que tem 84 anos essa hora parece cada vez mais perto e mais dura ainda por ter acredito que esses filhos, essa família nunca iriam falhar...
Fui dormir tomada por essa questão, um tanto impotente diante desse nada em que a morte nos transforma. Falei-lhe de vida, de aulas de canto, de sessões de fisioterapia, de instantes que podem fazer a vida valer à pena. E filhos que a gente cria e vão ao mundo, nem sempre voltam ao ninho primordial. Essa talvez seja a maior lição de desapego que ela está tendo que enfrentar, talvez entre todas as lições de sua vida, a mais difícil. Aprendamos com isso!

A tout a l'heur!

domingo, 10 de abril de 2011

De fisioterapia e domingo chuvoso

Bonjour,
Falei hoje com minha mãe e ela perguntou novamente por você. Contou-me a novidade de que agora já está andando. Uma grande felicidade a notícia, depois do grande susto que ela nos deu. Andar, vai proporcionar maior autonomia, em especial à noite por proporcionar maior liberade de circular pela casa e de ir ao banheiro, caso necessite.
É uma alegria saber que não está dependente das assistentes. Está há coisa de três semanas, um mês com uma fisioterapeuta, que lhe auxiliou nesse trabalho de retornar a caminhar. Contou-me sobre trabalho com bola e os exercícios que também fazem bem à mente. Agora tem mais uma pessoa com quem compartilhar as experiências e as dificuldades desse processo de restabelecimento.
Achei-a um pouco triste hoje, sempre em busca de notícias suas e de alguns familiares de quem possui pouca ou quase nenhuma notícia, como é o seu caso.
Espero que um dia possa retornar a tempo de ter esse encontro com ela. Seria bom para as  duas.
Eu, um pouco mais voltada para minhas tarefas esses tempos, mas sempre de olho na moça do tempo. Deve estar chovendo por aí. A mesma mancha larga de chuva que a moça do tempo apresentava aí, também se estendia até aqui. Amanheceu bastante chuvoso o dia, como o sentimento de minha mãe por não ter notícias suas. Mas, como os dias carregados de chuva também passam, fica a esperança de que o sol brilhe para vocês e para ela, um dia.

A tout à l´heur.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

De informes e cuidados com minha mãe

Bonjour,


Estou de volta depois de certo tempo sem postagem. Fui convencida por uma amiga a não insistir tanto em nossas conversas e deixar ao seu arbítrio definir ou não por retornar. A novidade - nada boa - foi que mãe caiu doente, acometida por uma perda sutil de sangue pelas fezes que a fez parar no hospital. Ficou dez dias internada, tomou cinco bolsas de sangue e, resumindo, quase morreu.
Foi e continua sendo uma situação muito preocupante. Todos acorreram. Tio Milton e Tia Marlene, que coincidente estava em Salvador, também foram visitá-la. Tia passou 15 dias com ela. Sueli dá o grande suporte porque exatamente mora no condomínio, mas o restabelecimento ainda é lento. O problema grave de anemia aguda, creio, ainda não melhorou o suficiente para permiti-la andar. Fica a maior parte do tempo na cama e é ali que continua a receber os cuidados, embora vez ou outra a coloquem sentada para fazer o sangue circular e os músculos mais ativos.
Seria importante sua presença, caso fosse possível. A faria mais confiante e forte, com um desejo grande sendo realizado. É isso aí, estamos torcendo para que ela possa se restabelecer rápido e fique logo forte.

A tout a l´hèure.
Bonjour,
Estou de volta depois de certo tempo sem postagem. Fui convencida por uma amiga a não insistir tanto em nossas conversas e deixar ao seu arbítrio definir ou não por retornar. A novidade - nada boa - foi que mãe caiu doente, acometida por uma perda sutil de sangue pelas fezes que a fez parar no hospital. Ficou dez dias internada, tomou cinco  bolsas de sangue e, resumindo, quase morreu.
Foi e continua sendo uma situação muito preocupante. Todos acorreram. Tio Milton e Tia Marlene, que coincidente estava em Salvador, também foram visitá-la. Tia passou 15 dias com ela. Sueli dá o grande suporte porque exatamente mora no condomínio, mas o restabelecimento ainda é lento. O problema grave de

domingo, 26 de dezembro de 2010

De Natal, Macaca Monga e peru de padaria

Rrrrrrrrr. Que meda!
Bonjour,

Espero que você tenha tido um Feliz Natal! É um período bem alegre, bem divertido, que eu amo. Coloquei todos os meus enfeites em casa – comprei também uma faixa para a porta de entrada aonde estava escrito “Feliz Natal”! Foi um Natal em paz!


Minha mãe foi pra Estância passar com a família do genro, marido de Sueli. Fiquei por aqui mesmo, saboreando o calor e a tranqüilidade da cidade. Fiz visitas a amigos, algumas virtuais e aproveitei as guloseimas agora da época, dentre elas, um delicioso pão de frutas.

Lembra como eram bons os nossos natais! Tinha Roberto Carlos com lançamentos quentinhos a cada ano, que terminavam embalando nossos sobe-e-desces nas rodas-gigantes do parque de diversões que todo fim de ano chegava à cidade. Eu morria de medo daquela roda gigante. Meu cérebro sempre atento me fazia quase odiar o passeio porque eu nunca relaxava. Acreditava no que via em filmes, em acidentes com rodas-gigantes e a gente dependurado lá em cima numa cadeira a meio fio de se esborrachar no chão. Era uma fantasia péssima, por sinal, que tirava a minha tranqüilidade.

Mas, fora esse tormento, havia os tranqüilos cavalinhos do carrosel que não nos ameaçava; o trenzinho, os barquinhos e o brinquedo que eu mais gostava: carros elétricos – os mais caros do parque – que deslizavam e a gente tinha o controle e podia ir aonde queria. O momento em que a gente batia um no outro era o que eu mais me deliciava. Era como se dissesse: que encontro bom: eu aqui no meu dirigível, você aí! Uma delícia!

E ainda tinha muita diversão. Gostava das maçãs e uvas do amor (que maravilha!); da supermacaca Monga enjaulada, que fugia no final da cena e ameaçava nos pegar. Ah! O trem fantasma, nossa, eu ia de olhos fechados o tempo todo, acreditando que aquelas pessoas fantasiadas eram mesmo de verdade. E gritava a viagem inteira. Acho que fui em duas experiências! Que garotinha medrosa eu fui! Mas, o mais bacana também eram o tiro ao alvo, sempre à caça de bichinhos de pelúcia que eu nunca ganhei! E também as argolas pra laçar caixas de fósforos que davam direito a prêmio. Esse era um dos meus passatempos favoritos. E eu adorava me lançar algum desafio de levar pra casa prêmios – lembra de um ano em que a febre era um brinquedo chamado vai-vém? Tudo isso era a marca do Natal!

E o tempo em que meu pai cuidava de comprar o peru e mandar assar na padaria? Nossa, que peru mais gostoso! Tinha a árvore para armar, os brinquedos (Estrela) pra escolher e a ceia regada a champagne e queijo cuia – nossa, quanto sal nessa iguaria! Éramos felizes, não é mesmo? E quando os meninos nasceram, como era legal levá-los, pequeninhos, a essa festa que a gente já conhecia. Sati não gostava muito não! Com dois, três anos já tinha personalidade. Uma vez inventei de colocá-la – ela meio a contragosto – num trenzinho, sozinha. Quando me distraí um pouquinho e virei as costas, você não acredita: ela tinha descido do brinquedo não sei como. Fez seu protesto particular. E dali em diante passei a respeitar o arbítrio das crianças. E você, depois me conta aí como é que foi esse Natal?




A tout a l'heur!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

De batuques, Verão antecipado e papai noel voador



Bonjour,
Nem é verão em Salvador. Mas, o som ritmado tirado de tambores africanos no bairro ao fundo de casa, antecipa a grande festa. O calor também já é grande. Refugio-me no quarto, guarnecido por uma porta de vidro que abafa a reverberação e controla o meu estágio de pré-fuga. Como você sabe, estou envolvida no processo de finalização de escrita de tese e qualquer desambiência retira de mim a frágil concentração.
Estou em casa há dias, reclusa em torno de noções que seguem na direção de serem sustentadas e defendidas. Saio aqui e ali para uma coisa e outra, resistindo à atração dos oh,oh, ohs e dos blim-bléns que me fazem relembrar uma das festas de que mais gosto.
Minha casa está enfeitada desde o início do ano. Alvoreceu 2010 e desde então um papai noel montado num pára-quedas e um outro bibelô de porta jazem nas minhas salas à espera de que eu lhes informe de que a minha meta de concluir o trabalho em dezembro foi cumprida. Acredito que ainda não será desta vez. Mas, ficou próximo!
Esses dias liguei pra nossa mãe e lá estava ela, animada, com uma apresentação de coral que faria na segunda-feira. A ligação foi num sábado, mas ela também se reportou a você. Sempre a pergunta: "Por onde ela anda?", "Será que aparece?". "Ela sabe que tem um quarto e uma cama esperando pela visita dela".
Gostaría que essa alegria um dia se cumprisse, que num desses natais não tão fartos assim - ela já tem 84 - fosse o natal da vida dela, quando aquele filho pródigo que partira, agora retorna. É bom sonho, afinal, é Natal. Espero que por aí a cidade seja colorida e não lhe falte alegria e contentamento nesse período tão bonito!

A tout à l'heure.

sábado, 11 de dezembro de 2010

De andorinha, vick vaporub e centro da cidade











Bonsoir,
Veja esta foto aí. Que presente, não?! Uma andorinha pousada recentemente no teto do meu carro foi pra mim uma grande surpresa. Não leve em conta o fato de que o carro está precisando de uma lavadinha, mas sobretudo que a imagem é metaforicamente perfeita para meu momento atual. Todo mundo sabe que uma andorinha só não faz verão. E eu, mais do que nunca, tô me valendo dessa máxima.
A andorinha não se importou muito com minha presença e ficou ali de três a cinco minutos me ensinando muita coisa. E eu tinha acabado de te falar do quanto seria importante trocar figurinhas com você, se você pudesse nesse momento estar aqui. Mas, graças a Deus tenho tido apoio de todos os lados: intelectual, emocional, material, o que tem me permitido seguir.
Hoje estou com uma gripe enorme, coisa rara na minha vida. Bem abatidinha, desde ontem, inclusive, embalada por muito desgaste nesses tempos de estudos e de trabalho coincidindo, pressões emocionais de todo o tipo. A gripe coincide com o maior calor que tá fazendo em Salvador, embalada por  pretensas quedas de temperatura, com ventos e temperaturas que oscilaram esses dias. Meu sistema não aguentou. A essa altura tô bem cansada, mas sigo firme.
Fiz hoje o que mais gosto: respirar o centro de Salvador, andar pela Avenida Sete a troco de nada, só pelo prazer de ver a cidade, enloquecida, transpirar. E foi justamente o que fiz: comprei pedaços de tecidos que talvez eu nunca use - adoro pensar que posso produzir peças artesanais -, checar preço de uma máquina singer, comprei tesouras de tipos diferentes, papéis de presentes, um pote de vick vaporub pra respirar melhor e outras cositas mais. Almocei por lá mesmo. A tentativa era desintoxicar-me do processo difícil de construir textos e tentar "enganar" um pouco a gripe para amanhã poder retomar no batente.
Espero um dia ter você aqui pra gente bater pernas juntas no centro da cidade. Nossa tia Marlene e o tio Ananias vêm a Salvador em fevereiro pra férias. Eles iriam gostar de te ver.

A tout à l'heure.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

De conversas e convite para defesa de doutorado

Bonjour,

Ouço Stacey Kent, uma cantora franco-americana dona de uma voz maravilhosa. Você iria gostar...
Aqui envolvida com a escrita da tese, nesse esforço fenomenal. Acho que se você estivesse aqui talvez fosse mais fácil. Não falaríamos, certamente, de mitocôndrias, mas de assuntos recentes de minha carreira, como os novos ambientes de aprendizagem.
Foram ideias iniciadas com a pesquisa sobre blogs quando mais pra frente comecei a discutir sobre a aplicação dessas interfaces em ambientes virtuais de aprendizagem, potencializando ensino-aprendizagem. Mas, o trabalho avançou um pouco e hoje trabalho com cidades educadoras, um modelo novo proposto por uma Ong espanhola, que reúne quase 450 cidades de todo o mundo. Aí discuto a emergência desse projeto e aspectos relativos a interfaces com os novos ambientes virtuais de aprendizagem.
Estou caminhando para em breve defender essa tese. Não seria bom se você pudesse assistir à defesa? Estamos torcendo para que a defesa se dê no início de 2011, um período que, quem sabe, você poderia se programar e vir aqui. Lembra daquela foto da sua defesa de mestrado lá na UFRJ? Acho que tenho até hoje. Momento importante aquele, não?

A tout à l'heure

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

De notícias sobre o Rio de Janeiro e ausência de políticas públicas

Bonjour,
Salvador amanheceu com tempo nublado. Estamos assim com o tempo instável já faz uns dias. Hoje está mais fechado, como o tempo no Rio de Janeiro. Fico pensando sempre em vc, que teve uma relação direta com a cidade, como deve estar se sentindo com  toda aquela violência e a guerra declarada entre polícia e o tráfico de drogas. Sofri esses dias aqui, assisitindo a notícias sobre os eventos e lamentando muito que tenhamos chegado a este ponto. Uma completa ausência de um plano de segurança pública. Quem sabe agora todas essas forças eventualmente unidas num plano local, também possam articular algo mais sério e permanente além de UPPs. De nada adianta policiamente sem suprir carências de políticas públicas da população, inclusive educação e preparação ao emprego.
A prima Eliane, sabe, me ligou esses dias comentando o cenário, nervosíssima com  o clima de insegurança em Nilópolis, onde mora, e por toda a baixada fluminense. A prima Adriana naquele dia havia sido liberada mais cedo do trabalho, uma prática adotada para tentar proteger as pessoas de virarem churrasquinho em ônibus incendiados ou mesmo ser alvo de uma bala perdida. Uma amiga minha, baiana, que mora no Rio e ensina na UERJ, resolveu adiar o retorno de Salvador, onde se encontrava para um evento, em função de todos esses conflitos.
Então um evento que  parece situado tão particularmente no Rio de Janeiro afeta todo mundo. Uma guerra cujas notícias  chegam online a todo mundo e enfraquece a imagem e soberania nacionais. Pensamos como sofrem os cariocas e simbolizam assim um sentimento nacional de despreparo contínuo dos governos para enfrentar, não uma guerra do tráfico, mas a necessidade de investimentos em políticas públicas que tornem um Brasil tão desigual em um  país mais igualitário. Damos viva ao governo Lula que tem uma visão mais lúcida sobre a questão, mais ainda falta muito para tirar a população das mãos não só da pobreza e do tráfico, mas também de todas as condições inseguras como a falta de acesso à saúde, educação, como você bem acompanha de perto.
Até mais!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

De sala de embarque e vestidos em duplo

Bonjour,

      Aeroporto de Brasília

Estamos aqui em Salvador no horário de verão. Dias desses retornando de Abadiânia por Brasília, lembrei-me de você. No aeroporto, na sala de embarque contígua à minha, uma placa de vôo chamou minha atenção. A placa informava que o vôo para Rio Branco tinha sido encerrado. Muita gente permanecia ali sentada, naturalmente à espera de outro vôo, no processo contínuo de embarques numa manhã de domingo. A cena me causou melancolia. Pensei: - E se coincidisse você estar naquela sala de embarque? Seria um encontro inusitado mesmo. Mas de qualquer sorte, será que você me reconheceria? E eu a você? Sinceramente não sei.
Os anos se passaram e na nossa mente ficam sempre lembranças mais emocionais do que físicas mesmos. E eu mudei muito, talvez você não me reconhecesse mesmo. Daqueles tempo de Rio de Janeiro acho que são as últimas lembranças. Talvez as mais firmes. Depois desses anos de doutorado em educação, o stress é tanto, que eu mesma nem me reconheço às vezes.
Lembra como na infância éramos parecidas? Nossa mãe vestia a nós duas como se gêmeas fôssemos. Os vestidinhos iguais, alías, que você detestava! Hoje eu entendo e concordo. Que negócio era aquele de confundir nossas identidades? Você com a sua, marcante. Eu com a minha, bem diferente! Ainda bem que você se rebelou e protestou até um dia que esse velho costume se foi.
Bem, voltando ao embarque, quem sabe você um dia pega um vôo pra Salvador, vindo aqui, pode manter contato. O canal estará sempre aberto!

Até mais!

Bonjour,
Estamos aqui em Salvador no horário de verão. Dias desses retornando de Abadiânia por Brasília, lembrei-me de você. No aeroporto, na sala de embarque contígua à minha, uma placa de vôo chamou minha atenção. A placa informava que o vôo para Rio Branco tinha sido encerrado. Muita gente permanecia ali sentado, naturalmente à espera de outro vôo, no processo contínuo de embarques numa manhã de domingo. A cena me causou melancolia. Pensei: - E se coincidisse você estar naquela sala de embarque? Seria um encontro inusitado mesmo. Mas de qualquer sorte, será que você me reconheceria? E eu a você? Sinceramente não sei.
Os anos se passaram e na nossa mente ficam sempre lembranças mais emocionais do que físicas mesmos. E eu mudei muito, talvez você não me reconhecesse mesmo. Daqueles tempo de Rio de Janeiro

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Bonjour,
Sei o quanto você é politi

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De amiga que se vai e das lembranças que ficam: meu adeus a Christel

                                             Christel em Carcassone.  Minha amiga Christel partiu! Recebi seu adeus por intermédio de outra ...